domingo, 30 de outubro de 2011

Capítulo 4: A Teoria da Administração Científica

Em termos de desenvolvimento das escolas ou teorias da administração, a escola clássica é a mais velha, tendo se iniciado com a teoria da Administração Científica por Frederick W. Taylor.
As pessoas eram vistas como instrumentos de produção, utilizadas para alcançar a eficiência para a organização.
A unidade básica da administração científica era a função e a construção de uma estrutura formal requerida, estabelecendo primeiro os objetivos e a seguir dividindo o trabalho em unidades menores (tarefa simples), que seriam colocadas como um sistema coordenado (isto construiria a racionalização do trabalho dos operários).

Frederick W. Taylor
Taylor revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho, por meio da aplicação de “métodos científicos” a muitas empresas norte-americanas.
A Midvale havia estabelecido um sistema de incentivo por peça produzida, que Taylor sabia ser ineficaz, pelos próprios dias de trabalho como operário.
Taylor estimulou que a produção de cada operário será somente um terço do que poderia ser. A esta restrição de produção, ele denominou de vadiagem sistemática.
Esta “preguiça” poderia ser superada com uma administração capaz de inspirar ou forçar os operários a alcançarem os padrões.
A vadiagem sistemática era um problema que vinha de muito tempo, e que Taylor justificou do seguinte modo:
  • Os Trabalhadores acreditavam que, trabalhando mais depressa, faziam com que m grande número de outros trabalhadores perdesse o emprego;

Taylor culpou a administração e não os operários, porque “era função dos gerentes” projetar as atividades de maneira apropriada e oferecer incentivos adequados para estimular a produção dos operários.
Bertram M. Gross, um estudioso de administração, afirmou que os sistema de Taylor se caracteriza pelos cinco aspectos seguintes:
  • Análise do trabalho:
  • Padronização das ferramentas
  • Seleção e treinamento dos trabalhadores
  • Supervisão e planejamento
  • Pagamento por produção

A partir desta abordagem em nível de oficina, Taylor elaborou os seus conceitos, convertendo-os numa filosofia que passou a ser conhecida como administração científica.


FREDERICK W. TAYLOR É CONSIDERADO O PAI DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA


Os Estudos de Taylor
O estudo dos tempos de Taylor teve duas fases: uma analítica e outra construtiva. Na fase da análise, cada atividade foi quebrada em tantos movimentos elementares simples quando possível; movimentos inúteis foram descartados; os mais rápidos e melhores métodos para cada movimento elementar foram selecionados por observação dos mais habilidosos trabalhadores, e os movimentos cronometrados e registrados.
A fase construtiva envolveu a elaboração de um arquivo de movimentos elementares e tempo, para serem usados sempre que possível em outras atividades ou classes de trabalho.
Em essência, Taylor disse na Administração de Oficinas, que:
  • O objetivo de uma boa administração era pagar altos salários e ter baixos custos de produção;
  • A administração devia aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento, a fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados para o controle das operações de produção;
  • Os empregados tinham de ser cientificamente colocados em postos em que os materiais e condições de trabalho fossem cientificamente selecionados, para que as normas pudessem ser cumpridas;
  • Os empregados deviam ser cientificamente treinados para desenvolver aptidões e, portanto, executar uma tarefa de modo a cumprir a produção normal;
  • A alta administração devia desenvolver uma atmosfera de cooperação para com os trabalhadores, de modo a garantir uma ambiente que possibilitasse a aplicação dos outros aspectos mencionados;

Neste estudo, Taylor assegurava que as indústrias da época padeciam de males que poderiam ser agrupados assim:
  • Vadiagem sistemática por parte dos operários, com o objetivo de evitar a redução das taxas de salários, pela gerência;
  • Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e o tempo necessário para sua realização;
  • Falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho dos empregados , que realizavam as tarefas cada um a seu modo.

O Objetivo básico da administração científica era incrementar a produtividade do trabalhador por meio de uma análise científica sistemática do trabalho do empregado, atingindo “uma maneira melhor” de realizar tal trabalho, assegurando para o empregador, conjugada com a máxima prosperidade para os trabalhadores.
O segundo aspecto da abordagem da administração científica foi a motivação dos empregados para trabalhar o mais rapidamente possível, enquanto utilizavam “a melhor maneira” para produzir, que lhes foi ensinada.
Taylor propôs o sistema de pagamento por unidade produzida ou sistema de tarefa como solução para o problema da motivação; quanto mais peças o trabalhador produzisse, maior seria a sua remuneração.
Taylor propôs o conceito de administração funcional pelo que a tarefa de supervisão, por exemplo, deveria ser subdividida entre os vários supervisores especializados (especialistas em suas atividades), responsáveis pelo controle de diversos aspectos do trabalho.




Os Princípios da Administração Científica, de Taylor
Taylor viu a oportunidade de aplicar a disciplina, a objetividade e a racionalidade do engenheiro na solução dos problemas administrativos. Ele queria reduzir o acaso, a “regra do polegar” (isto é, o empirismo no processo de produção) e os fatores de personalidade na tomada de decisão. Taylor defendia a administração por sistemas e padrões.
Administração científica consiste fundamentalmente de certos princípios gerias amplos, uma certa filosofia, que pode se aplicada de muitos modos, e uma descrição do que qualquer homem ou homens podem acreditar ser o melhor mecanismo para aplicação desses princípios gerais, o que de modo algum pode ser confundido com os próprios princípios.

UM  PRINCÍPIO É UMA DECLARAÇÃO BÁSICA OU UMA VERDADE FUNDAMENTAL, QUE PROMOVE ENTENDIMENTO E ORIENTAÇÃO PARA OS PENSAMENTOS E PRÁTICA , EXPLICANDO O RELACIOMENTO ENTRE O CONHECIMENTO E A PREDIÇÃO DOS FATOS.

Taylor identificou as seguintes características da administração científica:
  • Ciência em lugar do empirismo;
  • Harmonia em vez de discórdia;
  • Cooperação, não-individualismo;
  • Máxima produção e não-restrição de produção;
  • Desenvolvimento de cada homem para sua máxima eficiência e prosperidade.

Taylor criou uma revolução mental, com a definição de regras para a melhoria da eficiência de produção, e como resultado de seus estudos, descreveu o que denominou os quatro princípios básicos da administração científica:

1.       Desenvolvimento de um método científico para o trabalho dos operários, o que substituiria o velho método da “regra do polegar” (empirismo no processo);
2.       Estabelecimento de processo científico de seleção e treinamento do operário, para evitar a escolha do trabalho sem critério, e o autotreinamento;
3.       Cooperação entre as gerências e os operários. De modo a garantir que o trabalho fosse de acordo com os princípios científicos desenvolvidos;
4.       Divisão do trabalho dos operários em função da sua especialização, para a implementação da cooperação (eficiência) no processo de produção.




Um dos mais importantes princípios da administração científica de Taylor é o princípio da exceção, pelo qual a administração deveria se concentrar nas tarefas estratégicas e de grande importância, deixando as tarefas padronizadas e de rotina para o pessoal operacional.

PRINCÍPIO DE EXECUÇÃO: TUDO OQ EU OCORRER NA “ÁREA DA NORMALIDADE” NÃO DEVE SER OBJETO DE PREOCUPAÇÃO DA ALTA ADMINISTRAÇÃO.

Este é um conselho válido para os tempos atuais.


Suposições da Administração Científica
Uma suposição da administração científica é que a prática melhorada advirá da aplicação de método científico para análise dos problemas organizacionais.
Um segundo conjunto de suposições da administração científica se refere à relação do trabalhador com seu trabalho. Existe um foco primário no trabalho em si e não na pessoa que o está fazendo. O bom operário é visto como aquele que aceita ordens, mas não toma iniciativa de ações. Ao operário é Dio como fazer suas tarefas, baseadas na análise científica do trabalho, em oficinas de produção.
A administração científica não enfatiza a integração e a coordenação dos níveis mais altos da organização, como fazem as teorias da burocracia e administrativa. Como uma exceção, o conceito de supervisão funcional, de Taylor, trata também do nível dos superiores.
Por, terceiro, a administração científica supõe racionalidade, no sentido clássico. Cada trabalhador é “considerado” ser um clássico “homem econômico”, interessado em maximizar seus rendimentos monetários. A organização é vista como um instrumento racional de produção.  As complicações ações e reações motivacionais, emocionais e sociais das pessoas não são levadas em conta.
Taylor procurou um alto grau de desenvolvimento dos operários e da recompensa individual através da redução da fadiga, da seleção científica das habilidades individuais e dos incentivos salariais. Ele não negligenciou o elemento humano, no seu todo, como sugerido por muitos, mas enfatizou as necessidades individuais, desconsiderando as necessidades do grupo.

Os Seguidores de Taylor
Durante os anos de 1800, dois administradores práticos nos Estados Unidos, de nodo independente, descobriram que princípios de administração aplicáveis, genericamente, poderiam ser estabelecidos por meio de investigação científica sistemática.
O Capitão Henry Metcalfe (1847-1917), do Arsenal  Armado Frankford (EUA), necessitou de administradores para registrar eventos de produção e experimentos sistematicamente desenvolvidos, com o fim de melhorar os processos de produção.
Em 1886, Towme propôs que a administração de fábricas tivesse igual importância que administração da engenharia e que a American Society of Mechanical Engineers (ASME) deveria ter um papel de liderança no estabelecimento de uma multiempresa: “engenharia e administração nas práticas de fabricação” ou “administração de trabalhos”. A informação poderia ser partilhada entre empresas estabelecidas e novas empresas.


Frank E Lilian Gilbreth
Frank B. Gilbreth (1868-1924) foi também um contemporâneo de Taylor. Junto com a esposa Lilian M. Gilbreth (1878-1972) fizeram grandes contribuições ao desenvolvimento de muitos tipos de sistemas administrativos.
Iniciou os estudos dos tempos e movimentos dos operários para a racionalização do trabalho, aplicando inicialmente os métodos de Taylor, e desenvolvendo depois suas próprias técnicas. Concluiu que todo trabalho normal poderia ser reduzido a movimentos elementares a que denominou “therbligs”, para a realização de qualquer tarefa.
Entretanto, o seu trabalho mais importante para a administração científica foi o estudo da fadiga humana.

Juntamente com o estudo dos tempos e movimentos, o estudo da fadiga visava a melhor maneira de realizar uma tarefa e aumentar a eficiência do operário.
Por eficiência (e), entenda-se a correta utilização dos recursos (meios de produção) disponíveis. Geralmente é definida de modo simplificado pela equação:
e = p      onde p são os produtos resultantes e r os recursos utilizados
             r
Gilbreth considerou a fadiga como um redutor da eficiência; a fadiga provocava:
  • Queda da produtividade;
  • Queda da qualidade;
  • Aumento da rotatividade de pessoal;
  • Aumento de doenças;
  • Aumento de acidentes;
  • Diminuição da capacidade de esforço;
  • Perda de tempo.
Gilbreth também propôs alguns princípios relativos à economia de movimentos, agrupados de três modos:
  • Relativos ao uso do corpo humano;
  • Relativos ao arranjo do local de trabalho;
  • Relativos ao desempenho dos equipamentos e ferramentas.

Henry Gantt
O trabalho de Gantt foi fortemente influenciado por Taylor, mas ele também fez contribuições originais, como, por exemplo, o sistema de pagamento de incentivo “tarefa - bônus” (pelo qual o trabalhador ganhava um bônus quando alcançasse um padrão): este sistema foi mais bem aceito que o sistema de “índice por peça diferencial”, de Taylor.
Gantt pôs muita ênfase no estabelecimento de tarefas específicas, com recompensas adequadas para cada trabalhador da organização.
Gantt dizia ser importante que os “hábitos das indústrias” fossem bons e estabelecidos inicialmente por boas práticas administrativas; ele foi mais discreto do que Taylor, na consideração das necessidades psicológicas e sociais dos trabalhadores.
O gráfico de Gantt, que controla o desempenho atual em relação ao planejamento, assim como o tempo , tem provado a sua validade como dispositivo de controle.
Atualmente são usadas inúmeras aplicações e variações deste esquema.





Carl Barth
Barth foi recrutado da sua posição como professor de matemática, por Taylor, para os propósitos de tratar dos complexos problemas matemáticos dos experimentos de corte de metais;  ele se juntou a Taylor na Bethlehem e sua solução para os problemas foi uma combinação bruta de régua de cálculo logarítmica e um conjunto de tabelas de fórmulas que permitiriam a resolução instantânea de qualquer problema de alienação e velocidade de máquina.
Taylor considerou Barth um gênio matemático por resolver as variáveis e complexidades do corte de metais.
Carl Barth lecionou administração científica na Universidade de Chicago de 1914 a 1916 e em Harvard de 1911 a 1916 e de 1919 a 1922, e tinha muito orgulho de ser chamado de o discípulo mais ortodoxo de Taylor.


Harrington Emerson
Ele trabalhou sem contato com outros pioneiros da administração científica, enfatizando a “grande produtividade das organizações corretas”
Emerson listou doze princípios de eficiência, no livro, mo livro de mesmo título, em que sistematizou a procura da eficiência nas indústrias da época:
  • Ideias claramente definidos (objetivos)
  • Senso comum (bom senso)
  • Orientação competente
  • Disciplina
  • Tratamento justo
  • Registros confiáveis e imediatos
  • Prontidão, rapidez (nas rotinas)
  • Padrões e programações
  • Condições Padronizadas
  • Operações Padronizadas
  • Instruções escritas das práticas-padrão
  • Recompensas pela eficiência
Emerson desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento dos empregados e antecipou de algum modo, a administração por objetivos, desenvolvida por Peter Drucker nos anos de 1960.

Morris Cooke
Morris L. Cooke (1872-1960) merece especial reconhecimento por causa da aplicação dos princípios e técnicas da administração científica nos campos do governo e educação.
Deste modo ele demonstrou que a administração científica tinha aplicação em todos os tipos de organizações. Cooke também incitou a participação de cada empregado na descoberta de “uma melhor maneira”, e , neste ponto, tinha visão bastante diferente da de Taylor, que apregoava que só um especialista na análise do trabalho poderia desempenhar tal função.
Morris Cooke fez algumas advertências às administrações das universidades, como, por exemplo, “mais ênfase na qualidade de ensino”, o que soa bastante atual.



A Administração de Ford
Ford não era nem engenheiro, nem economista, nem psicólogo; era um empresário com visão prática, que buscava a cristalização do conceito da eficiência, no mais  amplo sentido, numa fábrica de automóveis.
A empresa, ma visão de Ford, do mesmo modo que na de Taylor, divide-se em dois níveis distintos: planejamento e execução.
No planejamento, os técnicos elaboram os métodos e o próprio trabalho; na execução os operários só efetuam o trabalho que lhes e levado às mãos. Por isso, em razão da padronização dos elementos do trabalho, a especialização determina um ritmo constante, assegurado pelas rotinas estabelecidas. Assim , pode-se dizer que “é o trabalho que dirige a empresa”.

Ai está a principal diferença entre os dois sistemas de administração: Taylor manda executar movimentos sob rígido controle e Ford manda adaptar movimentos tão comodamente quanto possível ao ritmo da produção, às aptidões e à vontade.
Taylor se preocupou mais com o estudo do tempo perdido pelo homem e pela máquina; Ford procurou suprimir o tempo perdido pela matéria-prima, com o trabalho contínuo.
O que caracterizou Ford foi ter utilizado todas estas contribuições e posturas, com o obejtivo de tornar sua empresa eficiente, compreendida a eficiência de um lado como produção, motivação e salário, e, de outro, como custos e preços mínimos.

Os Princípios de Ford
O modelo administrativo de Ford se caracteriza pelo trabalho dividido, repetitivo, contínuo, baseando-se principalmente nos princípios da produtividade, da intensificação e da economicidade.

Dois deles se referem ao “tempo”: produtividade e intensificação; o terceiro se aplica ao fator “matéria”: economicidade.
  • O princípio da produtividade: recomenda o máximo de produção destro de um período determinado.
  • O princípio da intensificação: consiste em aumentar a velocidade rotatória do capital circulante, visando pouca imobilização do mesmo, e grande rapidez na sua recuperação.
  • O princípio da economicidade: se refere a reduzir ao mínimo o volume de matéria-prima em curso de transformação.

A política de Ford se alicerçou na produção em massa, em série e em cadeia contínua; no pagamento de altos salários e na fixação de preços mínimos para os bens produzidos.
Ford estabeleceu um processo de trabalho contínuo. O automóvel era fabricado e vendido antes de serem pagos os salários e as matérias-primas nele utilizadas. Na sua linha de montagem implantada em 1913, saía um carro a cada 84 minutos.
Uma das razões principais do sucesso de Ford foi a atenção dispensada  ao pessoal da alta competência; ele se cercou de técnicos de elevada capacidade em todas as atividades necessárias ao êxito da fábrica.

Para Ford, a administração, sobretudo através do planejamento, precede ao homem: “Quem dirige é o trabalho, não o homem. A questão é conservar todas as coisas em movimento, de modo que o trabalho vá ter ao homem e não o homem ao trabalho”.

COM SUA FOLOSOFIA DE PRODUÇÃO EM MASSA, PREÇOS BAIXOS, ALTOS SALÁRIOS E ORGANIZAÇÃO EFICIENTE DO TRABALHO, DESTACANDO-SE AÍ A RAPIDEZ DE FABRICAÇÃO, HENRY FORD APRESENTOU AO MUNDO O MAIOR EXEMPLO DE ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE INDIVIDUAL QUE A HISTÓRIA CONHECE.


Apreciação Crítica da Administração Científica
Concluiu que a administração científica lidava somente com os aspectos mecânicos, desconsiderando os aspectos humanos da produção. As críticas estabelecidas por Hoxie são as mesmas encontradas nos escritos posteriores sobre o assunto.
É justo salientar, todavia, que Hoxie reconheceu que o Taylorismo oferecia à gerência meios de alcançar eficiência na produção, tornando viável menores custos e aumento da produção, sem implicar esforço extra dos trabalhadores, ou maior carga horária ou condições inferiores. Hoxie também considerou que os métodos de Taylor criaram possibilidades de benefícios reais e substâncias para o trabalho e para a sociedade, o que significa o reconhecimento dos seus aspectos positivos.
As críticas ao sistema de Taylor podem ser resumidas em dois grupos:

Mecanização: que desestimula a iniciativa pessoal do operário, tornando-o “parte da máquina”, não considerando os seus aspectos psicossociais;

Esgotamento físico: resultando freqüente da ânsia do operário em realizar mais do que o previsto, para aumentar o seu pagamento.
Como conseqüência, este sistema tende a:
  • Especializar demasiadamente a produção do operário, tornando-o apêndice da máquina;
  • Destruir a iniciativa própria, e de algum modo o relacionamento inter-pessoal;
  • Atomizar o trabalho em demasia, minimizando as aptidões dos operários.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Capitulo 3: A Evolução do Pensamento Administrativo


A evolução do pensamento administrativo ao longo do tempo mostra que em toda historia o uso da administração foi fundamental para administrar e manter o poder sobre os povos. Todos os grandes lideres em que a historia relata  foram grandes administradores usando ferramentas da administração como planejar, organizar, dirigir e controlar. A administração é, ao mesmo tempo, fator determinante do processo econômico, e modeladora das sociedades e do modo como são conduzidas as pessoas e as instituições.
A administração das civilizações antigas
Ao verificarmos toda a origem da administração moderna e suas práticas, vimos que advêm de civilizações muito antigas. Exemplo disso, Salomão governante bíblico, usou de métodos para dirigir e elaborar acordos comerciais, e também administrou programas de constituição e alguns tratados de paz no Séc.X a.C. Alem de Salomão muitos outros governantes se utilizaram de servidores para que desse suporte ao seu governo, fazendo com que se tornasse uma extensão do governo ao delegar autoridade a esses servidores.

A Suméria
Foi da civilização suméria que foram encontrados as provas documentais mais antigas do mundo sobre o uso do controle administrativo há 5.000 anos atrás.
Esses documentos relatavam que os sacerdotes dos templos sumérios, por meio do imenso sistema tributário, coletavam e administravam grande somas de bens e valores, incluindo rebanhos, rendas e propriedades rurais. E esse sacerdotes eram convocados a prestarem conta de suas coletas, o que era chamada fiscalização administrativa. Os documentos sumérios são descrições de seus inventários, sendo assim o primeiro uso da escrita feita para fins de controle administrativo  e não para fins litúrgicos. 

O Egito
Ao analisar as pirâmides de Quéops notamos a bela construção e a curiosidade de como ela foi feita. Durante vinte anos foram envolvidos no trabalho mais de cem mil homens, tendo utilizado  mais de 2.300.000 blocos cada um com peso médio de 2,5 toneladas.
Considerando o planejamento, a organização e o controle necessários a esse empreendimento, fica visível que os conceitos de administração utilizados modernamente não foram originados do século XX, mas, naquele tempo já havia necessidade de serem resolvidos problemas de transporte, alojamento e administração.
Os administradores egípcios reconheciam o valor do planejamento e o uso de conselheiros. Os egípcios tinha o conhecimento de praticas e princípios da administração, como por exemplo, da autoridade e responsabilidade, detalhamento das descrições de serviços ou tarefas.

A Babilônia
O império babilônico que se desenvolveu no vale dos rios Tigre e Eufrates, também forneceu muitos exemplos de praticas administrativas antigas.
No reinado de Hamurabi, foi observado que os povos foram obrigados através de leis chamadas de “código de Hamurabi”, a manterem a paz e cumprirem com a legislação onde tratava de assuntos como propriedade pessoal, rural, o comercio, os negócios, a família e o trabalho. Isso representou para a administração um pensamento administrativo que persistiu até em 2.000 a 1.700 a.C.
Na babilônia já se remunerava o uso do trabalho dos servidores pagando lhe salários mínimos, notava se também a questão do controle e responsabilidades, ambos essenciais para administração.
Outro código foi utilizado na babilônia, este veio antes de Hamurabi. Este se tratava dos controles de preços e penalidades criminais. 

A China
Na China a constituição de Chow escrita por volta de 1100 a.C., relata que foram catalogados todos os servidores civis do imperador, desde o menor servidor até o primeiro-ministro, descrevendo os seus cargos e funções. Esse sistema faz com que notamos a ordem administrativa e hierárquica.
Na China, a especialização foi enfatizada pelos antigos chineses ao se determinar que cada ofício era hereditário e que um artesão estava vinculado a sua indústria por toda vida.
A seleção cientifica dos trabalhadores por meio de exames foi iniciada pelo governos chinês, por volta de 120 a.C. A necessidade de se ter pessoas preparadas para determinados cargos, fez com que houve uma seleção para que os melhores sejam escolhidos.

A Grécia
Os gregos se destacaram com muito talento e capacidade para a administração, no funcionamento das campanhas de comércio.
A Grécia desenvolveu um governo democrático com todas as complexidades que um governo deste tipo acarreta. É na civilização grega que se vai encontrar a origem do método científico.
Os Gregos reconheceram muito cedo o principio de que a produção máxima se obtém por meio do uso de métodos uniformes, com ritmo estipulado e algo mais.

Roma
O império romano mostrou para todos como edifica uma estrutura governamental e militar de tão grandes proporções, e de fazê-la funcionar com tanto êxito durante muitos anos, mostrando assim consideráveis capacidades administrativas e aptidões.
A ciência da administração muito aprendeu com os erros e acertos do império romano na área da organização, sendo esta a verdadeira experiência em um império gigantesco. O império romano se constituía de mais de cinqüenta milhões de pessoas, (segundo cálculos) e abrangia um território que se estendia da Grã-Bretanha até a Síria ( norte da Europa até o norte da África).
Diocleciano, o imperador da época em 284 a.C. analisando que seria impossível continuar obtendo controle do imenso império, empregou um novo sistema de organização em que enfatiza a sucessiva delegação de autoridade, pois já não era possível controlar os confins do império sem delegar parte da sua autoridade. Diocleciano então, dividiu o império em 101 províncias, que foram agrupadas para se tornarem treze dioceses, que reunidas formaram  quatro grandes divisões geográficas. Ele delegou cada uma somente a autoridade relacionada a administração civil, assim não permitindo o controle das forças militares. O objetivo de Diocleciano era fortalecer e consolidar a autoridade imperial, e dessa forma ampliar o princípio escalar, com o que desapareceriam os antigos governadores provinciais, criando sucessivas gradações de autoridade delegada, cujo efeito foi solidificar a organização como um todo.  Sendo assim, sob o sistema de centralização de Diocleciano, se tornou mais difícil aos governantes provinciais e a outros, desafiar ou derrubar o poder central.

Os Hebreus
Nenhum outro povo na historia, com números tão pequenos de pessoas e fracos na política, exerceu grande influencia sobre a civilização.
Moises, um grande líder hebreu, exerceu  um grande comando de seu povo libertando da escravidão egípcia. Ele aplicou um grande plano organizacional, onde preparou, organizou e conduziu o êxodo dos hebreus. Ele soube selecionar, adestrar e organizar o pessoal para o  referido êxodo. Princípios da delegação e da exceção.


As primeiras contribuições militares



Sobre a questão militar que chegaram vários exemplos do antigo pensamento administrativo.
Ciro, um líder militar e governante grego de a.C., mostrou vários exemplos sobre a administração. Ciro reconheceu as varias necessidades que se tem um líder para obter êxito na guerra. Ele procurou não só aplicar planos que aprendeu, mas sim como criar estratégias, planejar as batalhas posteriores, reconhecer a ordem, colocação e a uniformidade de ações. Ciro foi um dos primeiros a praticar o registro do estudo de movimentos, de layout e manipulação de materiais. Ele também conhecia  os princípios da divisão do trabalho, das boas relações humanas com todo o pessoal, unidade de direção, comando, ordem e via essencialmente  a necessidade do trabalho em equipe, coordenação e unidade de propósito em sua organização.
Outras contribuições militares foram mostrar como a disciplina, delegação de autoridade (ou poder) e o reconhecimento das diferenças entre pessoal de linha (pessoal de operação) e de staff (pessoal de assessoria administrativa e técnica) tem sobre a administração. 


A Igreja Católica


A igreja católica romana é a organização formal mais velha do mundo, herança recebida do império romano. Os lideres católicos reconheceram a necessidade de definir com rigor os objetivos, a doutrina e a conduta das atividades cristãs, e condições para se tornar membro da organização. O resultado foi uma grande organização religiosa e uma fonte centralizada de autoridade no Papa.
Essa organização centralizada sofreu com rompimento das igrejas ocidental e ortodoxo e mais tarde a reforma protestante. Podemos notar que essas lições sofridas pela igreja católica são direcionadas para os gerentes modernos que tentam estabelecer uma política e doutrina centralizada, mas querem preservar as atividades e a administração descentralizada.


A administração medieval
O arsenal de Veneza
A cidade de Veneza no século XV possuía uma grande frota mercante privada. Observando isso e para sua própria defesa, resolveram abrir seu próprio estaleiro, denominado de Arsenal em 1436. Com o passar dos tempos o Arsenal de Veneza chegou a ser a maior instalação industrial do mundo, empregando quase dois mil trabalhadores em um imenso território de água e terra. Observadas os propósitos do Arsenal, foram verificadas que se empregava varias técnicas administrativas que ainda são usadas atualmente. Essas técnicas incluíam uma linha de montagem, treinamento de pessoal e sistema de recompensa, padronização, controle contábil, controle de estoques, controle de custos e controle de armazéns.
O Arsenal de Veneza exemplifica o desenvolvimento de princípios administrativos sofisticados logo no inicio do século XV. A organização moderna entretanto, começou a surgir com a Revolução Industrial.


O sistema Feudal
 
http://feudalismo.wordpress.com/2009/11/03/imagens-representativas-de-feudos/


No sistema feudal o rei possuía toda a terra, dividindo partes dela para os nobres em troca de apoio militar e financeiro. Os senhores feudais permitiam que pessoas de classes inferiores vivessem e trabalhassem em algumas áreas das terras em troca de uma parte da colheita ou impostos. Não havia nenhuma possibilidade que um servo mudasse de classe social.
Essa total ausência de mobilidade social ascendente inspirava pouca motivação individual e um falta de interesse de todos  os participantes para fazer a organização funcionar.


O surgimento do sistema fabril
Devido ao crescimento das cidades na idade media surgia a oportunidade para o desenvolvimento de ofícios e artesãos. Observando isso, a medida que os negócios cresciam, alguns artesãos começaram a contratar ajudantes e logo se desenvolveu uma organização  estruturada.


Organização dos Ofícios
Os mestres organizaram varias associações de mutualidade em torno de diferentes habilidades, como por exemplo, a hierarquia do mestre, do aprendiz, e do jornaleiro e assim também regulando as horas de trabalho, salários, preços, aprendizes e território de vendas.

Declínio dos Guildas
Devido a três fatores os guildas sofreram declínio:

1º - O comercio e transportes crescentes começaram a fugir de controle.
2º - O inicio do uso da energia e a crescente necessidade de maquinaria mecanizada.
3º - As novas maquinas criaram novos empregos e novas divisões de trabalho.


O Sistema da Indústria Caseira
A Forma transicional de manufatura entre o artesanato e os sistemas fabris foi o sistema da industria caseira. O sistema da industria caseira era caracterizado pela entrega da matéria prima nas casas ou cabanas de trabalhadores , onde os membros da família usavam ferramentas manuais para modelar os materiais nos produtos intermediários ou finais.


O Sistema Fabril
http://admsrcj.blogspot.com/2011/04/sistema-fabril.html


Reconhecendo as vantagens da produção centralizada em prédios especializados, onde os trabalhadores e os materiais podiam ser mais facilmente controlados do que espalhados em muitas casas, os mercadores não hesitaram em investir em fabricas e equipamentos.

A Revolução Industrial


A tecnologia tem evoluído e avançado por milhares de anos, mas surgiu uma revolução na Inglaterra no final do século XVIII que marcou o inicio de um avanço tecnológico. Sua essência foi a substituição do trabalho humano pelo trabalho da maquina e que geraram mudanças marcantes na vida diária.
Com o surgimento do motor a vapor, e aperfeiçoado para o seu uso na indústria pelo inglês James Watt, este invento trouxe a verdadeira revolução industrial.
Com a energia do motor a vapor, foram notadas que os benefícios para a indústria foram imensos, a começar pela redução de custos de produção que as indústrias obtiveram e pela interferência dos preços para a expansão no mercado.
O mercado em expansão clamava por trabalhadores. A mão de obra foi divida e cada trabalhador era encarregado de uma tarefa na indústria.
Embora a revolução industrial fosse importante, era visível o total despreparo dos trabalhadores na época e seu analfabetismo. Para lidar com o maquinário era necessário saber entender e interpretar o que se propunha para a industria.
Apesar dos aspectos da administração de muitos anos atrás, nenhum único evento teve um impacto maior no estudo e na pratica da administração do que a revolução industrial.



Pioneiros dos estudos da administração
Adam Smith (1723-1790)
Adam Smith, economista clássico, nascido na Escócia, mostrou grande conhecimento sobre a evolução das funções administrativas. Sua principal obra foi “A riqueza das Nações”. Ele pregava que, uma pessoa estar verdadeiramente controlada deve prestar contas de seu desempenho a alguém. 

Robert Owen (1771-1858)

Robert Owen, nascido no País de Gales, foi um dos primeiros a chamar a atenção sobre os problemas humanos na industrialização. Desenvolveu um mecanismo de cores associadas às maquinas e seus operadores, buscando motivar os lentos à melhora e os bons manterem seus desempenhos.

Charles Babbage (1792-1871)


Charles Babbage, nascido em  Devonshire na Inglaterra. Foi fundador da pesquisa operacional e da ciência da administração. Ele criou a primeira calculadora mecânica e pratica do mundo em 1822 e em 1833 começou com a idéia do computador. Pregou pelo reconhecimento dos interesses mútuos entre patrões e trabalhadores, propondo a participação do trabalhador nos lucros das fabricas.

Daniel McCallum (1815-1878)

Daniel Craig McCallum nasceu na Escócia, mudou para os Estados Unidos em 1822, onde se tornou superintendente geral da ferrovia Erie.Ele buscou um esquema de organização para melhorar o desempenho. Tinha como requisitos para uma boa administração: disciplina, descrições especificas e detalhadas do emprego, relatórios de desempenho, salário, promoções baseadas em mérito, hierarquia, unidade de comando e organização como um todo. Desenvolveu a administração da informação, usando o telegrafo para fazer suas operações de maneira segura.


Henry V. Poor (1812-1905)
Henry Varnum Poor (1812-1905) defendia a figura de uma administração com estrutura organizacional bem elaborada em que todos fossem responsabilizáveis. Foi um dos maiores contribuintes do pensamento administrativo. Reconheceu o perigo das pessoas se sentirem apenas como engrenagem no sistema e para isso criou uma espécie de lidera.


SILVA, Reinaldo Oliveira da. A Evolução do Pensamento Administrativo. In: SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. Cap. 3, p. 85-107.


 CONCLUSÃO!
     
O Capítulo trata da importância da Administração e sua evolução. A importância da Administração ficou provada nas antigas civilizações, como a Suméria, Egito, Babilônia, China, Grécia, Roma e os povos Hebreus. Nestes povos ao analisar seus documentos de milhares de anos antes de Cristo, foram vistos relatos de práticas administrativas importantes para o desenvolvimento e comando de seus povos. As civilizações antigas já sabiam o quanto era importante saber o valor de comandar, controlar, coletar impostos, organizar, pagar salários, responsabilizar, contabilizar, planejar, conhecimento, enfim, tudo que se possa utilizar para administrar uma civilização.
Sobre a igreja Católica, que é a organização formal mais velha do mundo. Vemos que a administração medieval, (ou organização militar) usou um sistema administrativo, que é usado até hoje por fábricas, como por exemplo, ter linha de montagem, recursos humanos, padronização, controle contábil, controle de estoques e custos, e o armazenamento. Tendo também em destaque a revolução Industrial, que surgiu na Inglaterra com  a invenção do motor a vapor e o quanto foi importante para o desenvolvimento de produção, substituindo o ser humano pela maquina em muitas das vezes.
Enfim o capítulo fala sobre vários estudiosos da Teoria Administrativa como: Adam Smith,  Robert Owen, Charlie Babbage, McCallum e Henry Poor.
Todos estes com varias contribuições com seus estudos e teorias sobre a Administração, assim ajudando o administrador moderno a saber lidar com diversas situações e também mostrando técnicas gerenciais.


Altieres Rodrigues
08/10/2011