quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Capitulo 05 - As Organizações e Seu Ambiente

A teoria da organização e a teoria da administração são conceitos proximamente relacionados, e um administrador deve entender os trabalhos da organização para ser eficaz nos seus papéis administrativos. O modo de pensar sobre as organizações é baseado em padrões e regularidades no projeto organizacional e no comportamento.

A teoria da organização não é uma coleção de fatos; é o modo de pensar sobre as organizações.A teoria da organização é o modo de ver e analisar mais precisamente e mais  profundamente as organizações, do que qualquer outro modo poderia fazê-lo.O modo de pensar sobre as organizações é baseado em padrões e regularidades no projeto organizacional e no comportamento.

Organizações – Conceitos e Desafios
“Uma organização é definida como duas ou mais pessoas trabalhando juntas cooperativamente dentro de limites identificáveis, para alcançar um objetivo ou uma meta em comum.”
Temos vários aspectos discutivos:
  • As organizações são feias de pessoas. O componente humano faz das organizações um sistema mais complexo.
  • Quando pessoas trabalham juntas, um número de coisas se torna necessário.Precisa-se dividir o trabalho entre pessoas, e precisa-se procurar pessoas com habilidades ou conhecimento.
  • As organizações tem que ter limites, delimitações.
  • As organizações são arranjos com propósitos e que procuram alcançar objetivos.
Os principais desafios organizacionais estão representados pelas condições seguintes:
  • A administração das organizações num ambiente global;
  • Projeto estruturação ou reestruturação das atividades organizacionais;
  • Melhoria da qualidade, da competitividade e oempowerment; 
  • Redução da complexidade, aumento da velocidade e reação ás mudanças ambientais;
  • Administração ética e moral das organizações;
Organizações Como Sistemas
As organizações, ou seja, cada organização pode ser cidade, um estado, uma noção ou o mundo, e nessa organização inclui o termo sistemas. Onde a visão das organizações como sistema provê um ponto comum de referência e permite o estudo e analisar as organizações.
Essas organizações podem ser organizações como sistemas abertos, e quatro características que enfatizam a natureza adaptativa e dinâmica de todos os sistemas abertos são:
·         Interação com o ambiente – trocas necessárias para a sobrevivência;
·         Sinergia – o resultado de um sistema aberto é sempre maior do que a soma das partes envolvidas;
·         Equilíbrio Econômico –processo de manutenção do balanceamento interno, necessário para a sobrevivência, pela obtenção dos recursos do meio ambiente;
·         Eqüifinalidade – alcance dos mesmos resultados por diferentes meios.
Dentro das organizações temos os subsistemas organizacionais, onde por eles podem ser determinados na organização, tais como setores de produção, de manutenção, de administração e outros.

Ambiente Organizacional
No ambiente organizacional, está tendo muitas mudanças, pois o mundo está se modificando rapidamente. Ao invés de administradores vamos necessitar de facilitadores, orientadores, instrutores e mentores.
Muitas forças diferentes fora e dentro da organização influenciam o desempenho administrativo. Essas forças são originadas no ambiente geral, no ambiente das tarefas e no ambiente interno das organizações.
O ambiente geral consiste em todos os fatores externos a uma organização. Esses fatores representam restrições dentro das quais todas as organizações – negócios, sindicatos, universidades, etc. Os elementos do ambiente geral são tecnológicos, econômicos, políticos/legais, sócio-culturais e internacionais.
O ambiente das tarefas é constituído pelos seguintes elementos:
·         Clientes – são as pessoas que compram os produtos;
·         Competidores – organizações concorrentes, gerando assim disputas entre as empresas;
·         Fornecedores – recursos financeiros, energia, equipamentos. Esses são os recursos dos fornecedores, os quais são as suas saídas e as entradas dos compradores;
·         Reguladores –elementos do ambiente das tarefas que tem o poder de controlar, legislar ou influenciar as politicas e práticas das organizações.
Os elementos do ambiente interno da organização são os proprietários, empregados, administradores e o ambiente físico.
No ambiente global as organizações modernas são moldadas por componentes do seu ambiente. A estrutura organizacional é definida como um sistema de suporte de relacionamentos consistentes entre as várias posições dentro de uma organização.

Ética e Responsabilidade Social
Ética é um conjunto de valores e regras que definem a conduta dos indivíduos como certa ou errada. Os valores e regras indicam quando um comportamento é aceitável e quando é inaceitável.
Num sentido mais amplo, a ética inclui:
·         Distinção entre fato e crença;
·         Definição de elementos em termos morais;
·         Aplicação de princípios morais a uma situação.
Há vários fatores que afetam a ética administrativa que são fáceis de determinar comportamentos éticos ou não-éticos em artigos escritos ou livros. Na prática, todavia, os administradores são constantemente desafiados a escolher cursos de ação éticos, em situações onde as pressões podem ser contraditórias e importantes.
Os fatores que elevam a consciência da ética administrativa ajudam a entender o tratamento da ética nas organizações. Esses fatores podem ser representados pelo administrador, a organização eambiente externo.
A responsabilidade social da organização ou responsabilidade social corporativa é a obrigação que uma organização tem de agir de maneira que sirva tanto aos interesses própios como aos interesses da sociedade. As organizações apresentam diferentes graus de comprometimento com as responsabilidades sociais, para isso existe algumas estratégias que podem ser definidas como:
·         Estratégia obstrucionista – é aquela que evita a responsabilidade social e reflete principalmente prioridades econômicas a organização, combatendo as demandas sócias;
·         Estratégia defensiva- é aquelaque procura proteger a organização;
·         Estratégia acomodativa – é aquela que aceita as responsabilidades sócias;
·         Estratégia proativa – é aquela que preenche todos os critérios de desempenho social.
As organizações influenciam o governo de diversas formas, algumas são: contatos pessoais, lobbying, comitês de ação politica, favores.
Nos recentes anos alguns aspectos sociais têm tido um efeito muito forte no estudo e aplicação do gerenciamento e do comportamento organizacional. Um desses aspectos é a diversidade da força de trabalho. A diversidade inclui todos os óbvios e súbitos caminhos nos quais os indivíduos diferem. Mesmo um simples aspecto da diversidade, tal como uma habilidade física ou uma qualidade, contém varias características que podem afetar o comportamento individual ou de equipes.

Tamanho e Clico de Vida das Organizações
As organizações são entidades de natureza dinâmica e não estáticas ou estagnadas. Elas crescem, encolhem e mudam ao longo do tempo. A perspectiva de ciclo de vida sobre a mudança organizacional significa que as organizações significa que as organizações mudam sequencialmente ao longo do tempo, como função do seu crescimento em tamanho, condições de mudança e maturidade.
Talvez um dos aspectos mais óbvios que os observadores casuais reconhecem é o tamanho da organização. O tamanho das empresas não é a única coisa em que o público está interessado ou com o que está preocupado.
As organizações crescem por diversas razões. Algumas delas são:
·         Metas organizacionais – o crescimento é uma meta de quase todas as empresas;
·         Progresso dos executivos – o crescimento é necessário para atrair e manter administradores de qualidade;
·         Saúde econômica – muitos executivos têm descoberto que as empresas devem crescer para permanecerem saudáveis economicamente.
As organizações se sentem compelidas a crescer, mas quanto e até quando, são questões complexas. O ponto a considerar é a competitividade no ambiente globalizado. Grandes organizações diferem das pequenas nos seguintes aspectos:
·         Grandes : Economia de escala, alcance global, hierarquia vertical, mecanísticas  e complexas, mercado estável e homens de organização.
·         Pequenas : Responsabilidade e flexibilidade, alcance regional, estrutura plana, orgânicas e simples, pesquisa de nichos e empreendedores.
Um modo útil de pensar sobre o crescimento e mudança organizacionais é propiciado pelo conceito de ciclo de vida, o qual sugere que as organizações nascem, crescem e eventualmente morrem.
Estrutura e sistemas administrativos seguem um padrão justamente previsível através de estágios no ciclo de vida.
O crescimento organizacional não é fácil. A cada momento uma organização entra num novo estágio, com um novo conjunto de regras para funcionamento interno e de como se relacionar com o ambiente externo. Os estágios podem ser definidos como: estágio de empreendimento, estágio de coletividade, estágio de formalização e estágio de elaboração.
É muito importante observar que 84% dos negócios que passam do seu primeiro ano de vida, falham dentro dos cinco anos, porque eles não conseguem fazer a transição do estágio de empreendimento, e a transição se torna mais difícil à medida que as organizações progridem para estágios futuros dos ciclos de vida.
As organizações que não resolvem com sucesso os problemas associados com estas transições ficam restritas em seu crescimento e podem mesmo desaparecer.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Capitulo 07 - A Teoria da Burocracia






As origens da Burocracia


Visando buscar a racionalidade técnica necessária para projetar e construir um sistema administrativo, a administração burocrática se iniciou na Europa no inicio do século XX, baseando-se nos tipos de relacionamentos humanos necessários para expandir a produtividade. Com o passar do tempo a medida que as empresas iam crescendo em seu tamanho e complexidade, veio a necessidade de organizar melhor seu crescimento, assim , aplicando se a teoria da administração como forma de manter o crescimento da empresa sem perder o controle dela.
Hoje em dia, burocracias são encontradas na política, religião, negócios, no militarismo, educação e muitas outras organizações.


 Os Estudos de Weber



Max Weber (1864-1920) nasceu em Erfurt, Turíngia, parte da Alemanha mas na ocasião sob dominação da Prússia. Foi um sociólogo, que teve destaque pela teoria das estruturas da autoridade. Formado em Direito, passou a sua vida toda sendo professor de Universidade. Weber era considerado um alemão liberal, com preocupação com os problemas do mundo. Tinha uma vasta formação, dentre elas em Historia, Literatura, Psicologia, Teologia, Filosofia e Filologia.

Weber nunca produziu um trabalho temático integral, sendo que seu principal texto Economia e Sociedade foi montado por partes manuscritas sem uma ordem a seguir. Somente depois de 1940, que Weber teve suas teorias reconhecidas. Devido a necessidade de se pensar sobre o crescimento das organizações, houve então a vontade de analisar o crescimento e complexidade das empresas, e Weber já descrevia bem sobre os estudos do desenvolvimento das organizações.


A Burocracia de Weber
Weber estudou sistematicamente sobre o que seria a Burocracia ideal, embora algumas características já se encontravam em algumas organizações, Weber procurava estabelecer uma estrutura, estabilidade e ordem às organizações  por meio de uma hierarquia integrada de atividades especializadas, ou seja, definidas por regras sistemáticas.

A Burocracia tinha as seguintes características:
1 - Divisão do trabalho. Eram divididas as tarefas nas mais simples, para qualquer  possa sem especialista num tempo mínimo. A especialização fazia com que ganhasse tempo e que ficasse bem produzida.
2  - Hierarquia da autoridade. Cadeia de comando. A organização se estrutura de modo que põem se em evidencia a importância do comando e posição para mandar.
3 - Racionalidade. Todos os membros da organização são selecionados com base na qualificação técnica para um desempenho adequado. O critério guia era simplesmente o grau de adequação do potencial do empregado em termos de educação, treinamento, conhecimento e habilidade.
4 - Regras e Padrões. As decisões gerenciais são guiadas por regras, disciplinas e controle.
5  - Compromisso profissional. Os administradores trabalham por salários fixos e não são os donos dos negócios que administram.
6  -  Registros escritos. Objetivar a continuidade organizacional e alcançar uniformidade de ação, registrando com detalhes as transações organizacionais.
7  -   Impessoalidade. As regras e os procedimentos são aplicados de modo uniforme e imparcial.

 A Teoria da Autoridade
Conhecida como sistema de controle social, Weber distingui o conceito de autoridade em confronto com outras formas de influencia, por exemplo , o poder e a persuasão. Para Weber a essência da autoridade é que as ordens ou decisões são obedecidas voluntariamente, pois a fonte de onde elas emanam é considerada legitima e envolve a previa suspensão do julgamento da sua natureza. A autoridade do individuo repousa no cargo e não na pessoa que o ocupa.

Para Weber, a autoridade apresenta os seguintes diferenciais, por exemplo, ela implica obediência voluntaria, por legitima e legal, implica na suspensão antecipada do julgamento pelo subordinado e é induzida pelo grupo.
A autoridade legitima apresenta três tipos puros e ideais e que depende da natureza da sociedade em que se aplica. São eles:

  • Autoridade tradicional. Baseada em questões de ordem social sagrada, por exemplo, tribo, clã e família.
  • Autoridade carismática. Concentrada na aceitação de uma ordem encarnada numa pessoa, sendo esta pessoa com traços místicos, arbitrários e personalisticos. Exemplo: grupos religiosos.
  • Autoridade racional. Baseada em normas sociais, administradas pela meritocracia. Exemplo: Exército, administração publica.
As Funções da Burocracia
A burocracia estabelece funções poderosas, muitas vezes vistas como vantagens nas organizações, estas funções incluem:

  • Especialização. Objetiva o crescimento da produtividade.
  • Estrutura. Objetiva forma ou conteúdo da organização.
  • Previsibilidade. Objetiva estabelecer o efeito de estabilização da experiência valida.
  • Racionalidade. Procura estabelecer julgamentos de acordo com o objetivo, aceitos por critérios gerais.
  • Democracia. Objetiva estabelecer a competência como a única base para o alcance e manutenção de um cargo.
As Disfunções e Modelos da Burocracia

Max Weber não teria previsto e isolado as conseqüências imprevistas da burocracia, segundo Peter Blau e Richard Scott no livro Organizações Formais, apresentando uma forma idealizada onde apenas transpareciam as virtudes do sistema.

Essas disfunções são basicamente:
  • Maior internalização das diretrizes.
  • Maior despersonalização nos relacionamentos.
  • Hierarquia como base do processo decisorial.
  • Formalismo e conformidade às rotinas.
O Modelo Burocrático de Merton:
1º Exigência de controle.
2º Ênfase na confiança no comportamento.
3º Rigidez de comportamento e defesa mútua na organização.
4º Justificativa da ação individual.
5º Grau de dificuldade com os clientes.
6º Sentimento de necessidade de defesa da ação individual.

O Modelo Burocrático de Selznick
1º Exigência de controle  -  Delegação de autoridade.
2º Grau de treinamento em assuntos especializados.
3º Divisão de interesses  -  Departamentalização e estabelecimento de subobjetivos.
4º Teor das decisões.
5º Internalização de subojetivos pelos participantes.
6º Internalizaçao dos objetivos da organização pelos participantes.
7º Operacionalidade dos objetivos da organização.

O Modelo Burocrático de Gouldner:
1º Exigência de controle  -  Adoção de diretrizes gerais e impessoais.
2º Visibilidade das ações de poder.
3º Nível de tensão interpessoal.
4º Conhecimento dos padrões mínimos aceitáveis.
5º Diferença entre objetivos da organização e sua realização.
6º Rigor da supervisão.

Contingências da Burocracia
Para muitos teóricos de organizações, as características burocráticas são apropriadas para grandes empresas. Em geral, os estudiosos interessados na influência do tamanho nas características organizacionais, se centraram nas dimensões burocráticas da formalização, especialização, padronização e centralização. Segundo eles, argumentaram que logo as organizações crescem em tamanho, elas tem que controlar e coordenar as atividades e o trabalho de um grande número de empregados, com supervisão pessoal do seu comportamento bastante cara. A burocratização permite que a organização reduza os custos desta coordenação. As grandes organizações estão associadas a altos níveis de burocracia, isto é, assumem dimensões burocráticas.
Existem diferenças básicas entre grandes e pequenas organizações, por exemplo, organizações grandes estão associadas ao numero crescente de níveis gerenciais, grande numero de atividades e departamentos, crescente especialização de habilidades e funções, grande formalização, grande descentralização pela delegação, grande percentagem de técnicos e profissionais de “staff”, dentre outras coisas mais.
Infelizmente o termo burocracia evoca associação com ineficiência e com muitas coisas que as pessoas não gostam em grandes organizações, mas o significado popular é contrario ao que realmente proposto por Weber. Existem duas correntes de trabalho que examinaram a relação entre tamanho e burocracia. A primeira sugere o crescimento organizacional que leva a ineficiência administrativa. Já a outra mostra que a crescente burocratização atualmente leva a melhores desempenhos com o crescimento organizacional.

Críticas e Reformulações à Burocracia.
Pesadas críticas tem sido estabelecidas ao conceito de burocracia de Weber, pelo numero de desvantagens que ocasiona, como: Ênfase exagerada nas regras e procedimentos, manutenção de registros e papeladas; executivos podem desenvolver uma dependência do status burocrático; a iniciativa pode ser sufocada; suposições e responsabilidades na organização podem levar ao comportamento burocrático oficioso.
A burocracia se originou das necessidades organizacionais de ordem e precisão, e da demanda de tratamento imparcial aos trabalhadores. Ela foi uma organização idealmente criada para os valores da era vitoriana.

Existem pelo menos quatro ameaças à burocracia:

1-      Mudança rápida e inesperada.
2-      Crescimento em tamanho.
3-      Complexidade da moderna tecnologia.
4-      Uma ameaça basicamente psicológica, ocorrendo rapidamente a partir de uma mudança no comportamento gerencial.
O fato, entretanto, é que a burocracia se aplica a todos os tipos e tamanhos de organizações formais. Seu estudo consiste na análise das estruturas organizacionais formais, do comportamento humano dentro dessas estruturas e do poder.

Relação entre as Teorias Clássicas
A Escola da Administração Científica defende um estudo mais detalhado, indutivo, empírico, sobre cada tarefa, para determinar como ela poderia ser feita mais eficientemente.
As Teorias Administrativa e da Burocracia são menos empíricas, mais axiomáticas ou dedutivas, com modelos prescritivos não necessariamente baseados em estudos empíricos particulares.